sábado, 19 de novembro de 2016

Odisseias – don´t worry, be happy



Assim que cheguei à Odisseias, deparei-me com uma entrada muito interessante. Na parede à minha direita, estava inscrita a já conhecida frase do poeta Fernando Pessoa: “O Homem é do tamanho do seu sonho”. À minha esquerda, visualizei uma imagem, na qual estava o slogan da corporação: “don´t worry, be happy”. Estes pormenores, aliados à simpatia de quem me recebeu, foram logo indícios da excelente visita que se avizinhava.

Tive a oportunidade fantástica de dialogar com Isabel Luna, Diretora Comercial e de Marketing da Odisseias. A Isabel tem a seu cargo várias áreas: retalho (onde trabalham com entidades como a Fnac ou o Continente), corporate e online. A Isabel é responsável por toda esta gestão, reunindo ainda com clientes e, dado que a entidade tem crescido imenso, também tem que implementar as mudanças que são exigidas à organização, dinamizando as diversas equipas de trabalho. A sua semana começa com reuniões com os diretores, definindo atividades e objetivos, nas quais apresenta projetos e ideias inovadoras que procura pôr em prática. O seu dia a dia é imprevisível, até porque procura estar sempre ao dispor dos clientes, das equipas internas e da administração.

Começámos por falar acerca da Odisseias, uma empresa criada há 11 anos pelos amigos Rui Piçarra e Francisco Costa, e que tem tido um crescimento absolutamente incrível (como explorarei mais adiante), vendendo diariamente cerca de 1000 experiências. Atualmente, a Odisseias é uma sociedade gestora de participações sociais (SGPS) e líder no mercado de experiências em Portugal.

A Odisseias tem o seu negócio estruturado em três canais de vendas: E-Commerce, Retalho e Corporate. Nestes, a entidade apresenta experiências, integrados nas plataformas de incentivos ou como presentes a clientes e colaboradores. As próprias experiências podem ser individuais ou em packs. Em termos de Corporate, a Odisseias aproveita o know-how elevado de que dispõe para saber o que vai estar “na moda” e assim oferecer aos clientes empresariais. A título de exemplo, a Odisseias apresenta inclusivamente uma solução em que cria um site igual ao seu (poderão consultá-lo em http://corporate.odisseias.com/) mas com a imagem da empresa-cliente, sendo que os produtos, em vez de aparecerem com valor monetário, aparecem com pontos. Assim, os funcionários sentem-se incentivados a alcançar determinada pontuação de forma a usufruir de determinado brinde/gratificação.

A Odisseias destaca-se das restantes firmas porque apresenta uma rede de parceiros elevada e porque possui uma base de dados de clientes com muita qualidade. Neste setor é sempre difícil definir o que é um bom preço. No entanto, a Isabel é muito pragmática: “O bom preço é aquele que o cliente está disposto a pagar.” Para além disso, nesta corporação, apelam a que a qualidade demonstrada pelos parceiros aos clientes seja proporcional à demonstrada pelos parceiros à Odisseias. Daí existir o departamento do “Cliente Mistério”, que avalia os parceiros e daí haver questionários feitos especificamente para este fim. Afinal, na Odisseias acredita-se que a excelência dos produtos depende da excelência dos parceiros. Todos estes fatores proporcionam uma taxa elevadíssima de retenção de clientela e de satisfação (95%).

Relativamente a prémios alcançados, a Odisseias tem somado vários desde 2011 (melhor empresa para trabalhar ao longo de 3 anos consecutivos, teve o seu pack experiência nomeado produto do ano, entre outras distinções). O segredo do sucesso, segundo a Isabel, é o trabalho que é desenvolvido por cada um e o facto dos fundadores procurarem um crescimento sustentado. “São pessoas muito éticas e isso possibilita uma relação duradoura e de confiança com os parceiros, uma vez que não há nada escondido. São mesmo muito transparentes!” 

É indubitável afirmar que esta forma de estar nos negócios tem trazido resultados. Quando a Isabel entrou na companhia, havia 5 pessoas. Hoje são 86 e a previsão é atingir 16M de euros no final de 2016. Este crescimento exponencial ocorreu sobretudo nos mercados do retalho, E-Commerce, nas categorias de restauração, hotelaria e spa Aliás, no retalho possuem mais de 70% de quota de mercado e no online são também líderes. No entanto, assinala a Isabel, é mais complicado ser líder, porque quando se é líder, a empresa tem que “abrir o caminho” e desbravar horizontes. 

De seguida, pedi à Isabel que me traçasse o perfil tipo de um colaborador da Odisseias. A Isabel descreveu-me um indivíduo descontraído mas responsável, jovem, que apresente muita disponibilidade para trabalhar e que valoriza o espírito de equipa, sempre focado em fazer algo diferente e em crescer enquanto profissional.

Aliás e, uma vez que realcei o colaborador tipo desta instituição, parece-me lógico explanar agora a valorização dada aos trabalhadores nesta organização. Os fundadores, recentemente, proporcionaram a todos os colaboradores da Odisseias uma incrível incursão. Viajaram até Marrocos (Marraquexe, para ser mais específico) durante 2 semanas, numa aventura que contribuiu em muito para o team building. De realçar dois aspetos: o primeiro é o facto dos cerca de 20 colaboradores terem ido todos a esta aventura (sem qualquer exceção, aliás, chegaram mesmo a contratar pessoas temporariamente para ficarem nas lojas neste espaço de 15 dias); o segundo é o caráter simbólico desta viagem, uma vez que foi em Marrocos, em 2005, numa viagem dos 2 fundadores, que a ideia da Odisseias surgiu! Para além desta viagem, há ainda outros aspetos na corporação que mostra que esta valoriza os trabalhadores: prémios de desempenho (todos os trimestres é eleita uma “equipa do trimestre”); ao longo do ano vão à praia, vão jogar futebol, existe um Kick off anual, entre inúmeras outras atividades; e tencionam ainda implementar futuramente uma plataforma de incentivos interna. Todos estes pormenores, relacionados com o reconhecimento do mérito e com o espírito vivido na corporação, fazem a diferença! Acima de tudo, fica na retina que, tanto para trabalharem como para se divertirem, nesta firma são todos uma família.
 
É de destacar ainda a forma como a responsabilidade social é abordada nesta corporação. Desde o início colaboraram com a Associação Laço e com a Fundação do Gil, estando sempre muito preocupados com quem os rodeia. Para além disso e, mesmo em eventos internos, já houve iniciativas que consistiam em fazer obras, pintar, etc. Tudo isto ganha um novo significado se pensarmos que não existe internamente uma função destacada para a responsabilidade social, ou seja, se esta é posta em prática é porque todo o staff tem essa vontade!

Relativamente às diversas lojas, a Odisseias encontra-se em Oeiras e Lisboa. Quando há picos de vendas, têm quiosques nos centros comerciais. As lojas acabam por servir mais enquanto pick-up points e para atendimento aos clientes. Outro dos aspetos que dá visibilidade à Odisseias é a rede de embaixadores que possuem (constituída por famosos), em que estes usufruem de experiências Odisseias e posteriormente partilham a sua nas redes sociais, contribuindo bastante para o engagement de clientes.

Passando agora a analisar o percurso académico da Isabel, ela licenciou-se no ISCEM, em Comunicação Empresarial. Nesta faculdade, a partir do 2º ano era obrigatório fazer estágios e a Isabel não se fez rogada, começando por uma aventura na Vista Alegre e experienciando, mais tarde, a multinacional Portugal Telecom (PT). Quanto ao estágio na PT, teve como primeira tarefa ler todo o clipping da firma, selecionando o que era estritamente necessário, para depois digitalizar o que fosse relevante. Desta tarefa, uma bonita história viria a surgir: ao ler o clipping, a Isabel reparou em diversas notícias sobre responsabilidade social. Por outro lado, na faculdade, tinha uma cadeira que estava relacionada com esta vertente. Assim, conjugou estes dois aspetos e apresentou uma ideia ao responsável de estágio, ideia essa que mais tarde se converteria num livro, onde a Isabel pôde, orgulhosamente, deixar o seu nome!

Dentro da PT, teve a sorte de trabalhar com o diretor de comunicação, que foi para a Isabel um mentor de valor incalculável! Confessou-me que aprendeu e evoluiu imenso, o que corrobora a ideia vigente no mundo empresarial de que os primeiros chefes são fulcrais para o nosso desenvolvimento. Foi contratada ainda durante o curso e, dos 4 anos que esteve na multinacional portuguesa, destaca o espírito de perfecionismo existente. Recorda ainda o último pedido que teve que realizar: fazer uma festa num transatlântico que parasse no dia do aniversário de uma das marcas do Grupo no porto de Lisboa. Um pedido deveras invulgar e que lhe levou a esforços redobrados para que tudo corresse bem, mas que ilustra perfeitamente a capacidade de fazer acontecer que é fulcral possuir neste tipo de organizações. 

Confidenciou-me que, na altura, não foi fácil conciliar a faculdade com o emprego, mas com muito esforço e vontade tudo se tornou possível. 

Ao fim dos 2 anos de estágio na PT e de outros 2 a trabalhar na mesma instituição, rumou à PSO Comunicação Estratégica, onde foi durante 1 ano Gestora de Projeto. No final desses 12 meses, ingressaria na Odisseias (em agosto de 2008), onde atualmente labora.

No início, as diferenças foram grandes, uma vez que ainda trazia muitas recordações da gigante PT. Quando entrou na Odisseias, deparou-se com uma realidade totalmente diferente: uma corporação que empregava 5 pessoas e que crescia bastante à base de estagiários (as atuais diretoras de logística e de corporate, por exemplo, foram estagiárias). Para além disso, recorda com nostalgia o facto de imprimirem os vouchers nas impressoras (algo impensável nos dias que correm) e até de, por vezes, o papel da impressora acabar. “Na PT nunca acabava o papel! Havia alguém que garantia sempre todos esses pequenos pormenores!” disse a Isabel, no meio de uma risada contagiante.

Atualmente, o paradigma já mudou mas, no entanto, não deixam de continuar a trabalhar com estagiários curriculares e estagiários profissionais (em áreas como o turismo, gestão e comunicação e com faculdades com as quais os RH têm parcerias). Nos estágios curriculares, a firma é bastante flexível em termos de horários, sendo atividades onde é dada responsabilidade aos jovens em questão. Para além disso, na área de logística, têm atualmente aberto um desafio que poderá levar a uma possível tese, caso a oportunidade seja bem agarrada pelo(a) jovem. Resta-me referir que a Odisseias procura, sobretudo, pessoas com algum know-how nas áreas supracitadas.

Isabel Luna prosseguiu dizendo que considera a Odisseias como “o maior mestrado que poderia ter tido na vida”. Demonstra orgulho por ter feito parte de todo o crescimento supracitado e por ter tido um papel crucial no mesmo. “Fico muito feliz por vir todos os dias para a Odisseias e por poder ver com os meus próprios olhos este crescimento a acontecer. O sucesso da Odisseias acaba por ser o meu sucesso!”, disse a Isabel, visivelmente radiante.

Com todo este percurso impressionante, indaguei-a acerca da “chave do seu sucesso”. A Isabel realçou os seguintes fatores: sempre teve disponibilidade para aprender com todos, desde as pessoas mais velhas aos estagiários; procurou sempre transmitir as suas ideias e teve a sorte de haver pessoas dispostas a ouvi-las; arriscou e nunca teve medo de errar ou de perguntar o que quer que fosse; e teve um grande mentor. Destacou ainda o facto de vir morar sozinha para um país diferente desde muito cedo (a Isabel é de naturalidade espanhola), o que a fez ganhar valências preponderantes para a sua vida profissional.

A Isabel apresenta uma filosofia de vida muito interessante: considera que cada pessoa chega aonde quer, caso lute por isso, seja numa empresa como a PT ou como a Odisseias. Dando o seu próprio exemplo, quando estava na PT, só tinha que fazer o clipping, mas fez muito mais que isso, e acabou por ter muito impacto (afinal, a pergunta não é quantos de nós gostaríamos de inscrever o nosso nome num livro tal como a Isabel o fez mas sim quantos de nós realmente fazemos algo para que isso aconteça?). A Isabel disse mesmo que nós temos o impacto que quisermos causar e que não é dizer “A mim não me pediram para fazer isso!”, mas sim ser empreendedores dentro da própria empresa, mostrando sempre iniciativa e proatividade.

Isabel Luna considera ainda que, apesar de estudarmos uma área, não nos devemos agarrar única e exclusivamente a essa área. Temos que começar o nosso percurso no mercado, de forma a ir ganhando capacidades que só o “calo do trabalho” nos oferece e, ao longo deste percurso, devemos procurar aplicá-las sempre que possível (sem ser necessariamente na área de formação). Novamente recorrendo à sua própria experiência, recorda que a tese final de curso foi sobre Sustentabilidade Empresarial, apesar de se encontrar num curso de comunicação. 

Por último, questionei-a acerca dos momentos mais complicados que teve de ultrapassar na sua carreira. Isabel Luna destacou dois: quando saiu da PT (a Isabel arrisca dizer que ninguém em Portugal sairia da PT na altura) e abandonou o seu mentor, que era um guru para ela; e, já na Odisseias, orgulha-se de ter estado envolvida em várias inovações dentro da empresa, entre eles o modelo de negócio no E-commerce.
 
Por fim, queria destacar o quão fenomenal foi esta visita e o quão maravilhoso foi conhecer a Isabel! Desde o diálogo absolutamente fantástico que estabeleci com a Diretora Comercial e de Marketing desta magnífica entidade ao facto de ter conhecido toda a empresa por dentro, esta foi realmente uma Odisseia que não esquecerei! Um grande grande obrigado Isabel!

Até uma próxima leitura meus caros!    

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

TLC Marketing – Marketing Worldwide



Recentemente tive a oportunidade incrível de visitar a TLC Marketing Portugal e de dialogar com o seu Agency Director, Mário Ferreira (uma pessoa extremamente inspiradora, como irão ver ao longo do artigo). Confesso que desde o início me senti integrado na empresa, não só porque o espaço era acolhedor mas também pela boa disposição que o Mário demonstrou.

Comecei por “conhecer os cantos à casa”. Foi-me apresentado o CEO da TLC Portugal, Espanha e Brasil, Miguel Lobo, e de seguida fui estabelecendo curtos diálogos com diversos profissionais desta companhia. Ao longo deste percurso pela instituição, o Mário ia-me elucidando acerca de algumas das funções que cada um destes indivíduos desempenhava. Fui reparando ainda que toda a corporação se dispunha num estilo open space, o que fomentava a interação interna.

Já na sala de reuniões da entidade, principiei a conversa abordando a posição que Mário Ferreira ocupa na firma e as funções que lhe estão associadas. Mário é o Agency Director da TLC Portugal, sendo responsável pela gestão da equipa comercial (onde despende cerca de 80% do seu tempo), funcionando como um elo de ligação entre as necessidades dos diversos projetos. Procura constantemente estar atento ao mercado, indicando quais os clientes a abordar e com que campanhas a entidade o deve fazer. Tem também como tarefa complementar a área comercial com as outras áreas da empresa, coordenando a equipa de Accounts, parcerias e o departamento criativo/estratégico. Para além disto, o Mário é um dos homens de confiança da instituição, fazendo parte do Board da mesma, juntamente com a diretora de operações, com a diretora financeira e com o CEO Miguel Lobo.

Mário Ferreira revelou-me que todos os seus dias são extremamente estimulantes, por ter que responder a novas e diferentes necessidades. Passa muitos dos seus dias “na rua”, a apresentar a TLC aos clientes, sempre auxiliado pela área de Sales and Marketing Managers. 

Nesta agência de Marketing, não se procura vender apenas criatividade ou conceitos, mas sim um modelo, acompanhado sempre por ofertas. Segundo o Mário, a missão da TLC é tornar-se o mais  importante e o mais impactante possível junto dos consumidores. Muito resumidamente, nas campanhas da TLC, as pessoas compram um produto e recebem sempre uma oferta. Este “modus operandi” da TLC pode parecer algo confuso no início (até por ser invulgar) mas, se bem explicado, torna-se bastante lógico. 

Primeiro que tudo, o que a TLC faz para ter constantemente ofertas para poder distribuir aos seus consumidores é comprá-las em grande quantidade, resultando num preço por unidade bastante baixo. Por exemplo, compra 50 000 noites num hotel IBIS e, dado o elevado número de noites adquiridas, o preço unitário fica praticamente irrisório. Depois, aborda a Cepsa, por exemplo, propondo a seguinte campanha para os clientes desta multinacional “Quem reabastecer acima dos X litros ganha uma noite para 2 pessoas num hotel IBIS”.  Este modo de estar e agir nos negócios permite que a TLC venda campanhas independentemente do número de pessoas que participa, sendo que o cliente desta agência de Marketing acaba por realizar uma campanha que, pelos meios de que dispõe, nunca conseguiria efetuar, por duas razões: primeiro, porque estimar o número de pessoas que iriam aderir revelar-se-ia uma tarefa extremamente árdua; segundo e, em consequência da primeira, os custos que iriam ser suportados nunca passariam de um “tiro no escuro” e por isso a campanha poderia trazer prejuízo à própria corporação. Já a TLC, com o seu know-how elevado, consegue saber de antemão quantas pessoas vão realmente aderir e, portanto, determina logo à partida os custos que se irão suportar, o que é fulcral para garantir rentabilidade ao cliente.

É indubitável afirmar que o modelo de negócios desta firma tem trazido resultados expressivos, apoiados no magnífico portfólio de clientes que apresentam: L´Oréal, Samsung, MacDonald`s, Procter and Gamble, Sony, HP, Kinder, Renault, Philips, Canon, Visa, Coca-Cola, EA Sports, entre muitos outros. Aliás, a TLC Marketing trabalha regularmente com mais de 50 marcas do ranking da interbrand das 100 maiores marcas do mundo e já foi reconhecida como umas das 200 empresas internacionais com maior crescimento. Em 2015 foi considerada pela London Stock Exchange a empresa de inspiração para a Grã-Bretanha e, no dia 21 de abril de 2016, foi granjeada com o Queen´s Award para a Melhor Empresa de International Trade (o mais prestigiado prémio que uma entidade no Reino Unido pode receber).

Os segredos para todo este sucesso passam muito pelo valor implícito existente nas campanhas desta agência e pelo facto da TLC, do ponto de vista concetual, apresentar ideias absolutamente fantásticas. Para esta excelência em muito contribui o espírito de exigência contínua que se vive nesta organização: cada trabalho é avaliado por cada um dos departamentos da corporação, avaliação essa realizada através de um score card que vai desde 5 (competent) até 10 (world beating). A adoção deste método permite à TLC criar e desenhar campanhas de excelência, a todos os níveis (financeiro, criativo, etc), procurando cada vez mais alcançar melhores resultados para os seus clientes. Porém, a grande diferença são mesmo as ofertas nas campanhas, que permitem às marcas diferenciarem-se dos concorrentes. Se as mesmas campanhas fossem realizadas sem ofertas e com os célebres descontos (mecanismo usado por outras agências), o resultado nunca seria similar, porque o desconto nunca “mexe emocionalmente” com o consumidor, não contribuindo assim para o engagement do mesmo. É aqui que reside o acrescentar de valor da TLC: a ligação que se cria com os consumidores, o aumento da notoriedade da marca e a potenciação da fidelização do comprador com a marca. Afinal e, como é proclamado pela TLC “We believe brands should add value rather than discounting.” O culminar de todos estes fatores é , no final, ocorrer um incremento exponencial nas vendas e no lucro dos seus clientes. Daí obterem uma taxa de 65%-70% de clientes que voltam a pedir novas companhas.

Assim, não surpreende que sejam os líderes globais em campanhas de fidelização, incentivos e ofertas grátis em sorteio. Um fator que contribui em muito para este sucesso é o drive que guia os colaboradores desta instituição: diariamente, todos se esforçam até ao limite das suas capacidades, procurando fazer algo único, algo que mude o mundo, como me confidenciou o Mário. Não é tanto trabalhar mais horas (em quantidade), é sim tornar essas mesmas horas o mais produtivas possíveis (em qualidade). De referir ainda que, em termos de mercado nacional, a situação é deveras sui generis: a TLC não apresenta concorrência direta, até porque o que fazem nesta agência é mesmo diferenciador e disruptivo. O Mário afirmou que já houve muitas companhias no setor do Marketing Promocional que tentaram “imitar” a TLC mas, devido à falta de know-how, acabaram por fracassar.

Quando questionado acerca do futuro da corporação onde labora, o Mário afirmou que a TLC pode chegar aonde o mercado deixar. Segundo o Mário, atualmente o mercado não pode ser reativo, mas sim proativo. O fator X é perceber o que o mercado vai querer em breve, pensando e criando a necessidade para mais tarde a procurar satisfazer. É sempre um risco prever o futuro, mas quando a previsão é acertada, os resultados compensam. É ainda imperial reconhecer que os paradigmas têm mudado, muito graças à chegada da Internet e dos sistemas de informação, que mudou a forma de muitas empresas abordarem os negócios. Neste âmbito tecnológico, o Mário acredita firmemente que a agência tem margem para crescer, até porque cada vez é mais evidente que as campanhas que causam maior impacto não são as que se realizam exclusivamente em locais físicos (pontos de venda) mas sim as que acontecem através de suporte digital (apps, por exemplo). O Mário prosseguiu dizendo que, atualmente, são os consumidores que ditam as regras. “Onde os consumidores estiverem, a TLC estará”, rematou em jeito de conclusão.

Como pude verificar, a cultura que reina nesta firma é a do “Work Hard, Play Hard”. Afinal, ainda no dia anterior ao da minha visita, a equipa tinha ido ao NOS Alive e a manhã seguinte a esta incursão era de passível folga. No dia a dia, o que faz a diferença para os colaboradores é um misto dos seguintes três fatores: a motivação transmitida,a cultura de informalidade e o sentimento de luta por causas que apoiam. Desenvolvendo em maior detalhe este último aspeto, existe um projeto, o TLC Trust, que em Portugal consiste na realização de diversas atividades louváveis: desde terem abordado o Instituto Português de Oncologia (IPO), oferecendo computadores a crianças com leucemia, a colaborarem com associações de defesa de direitos dos animais, existe uma míriade de ações que os profissionais realizam sobre a égide da TLC e que contribuem em muito para se sentirem orgulhosos por fazerem parte de uma organização tão humana! Neste iniciativa, os colaboradores são apenas um veículo de divulgação da mensagem, na medida em que acabam por participar, para além destes trabalhadores, a sua família e amigos. A periodicidade com que este tipo de ações decorre varia bastante, desde trimestes em que possa haver 4 ou 5 projetos deste tipo a outros em que só ocorre uma ou outra iniciativa. Depende ainda das causas que surgirem (por exemplo, recentemente a TLC angariou dinheiro para a formação escolar de crianças na África do Sul). Em meros 16 vocábulos, Mário Ferreira sintetizou de seguida a colaboração possível e cada vez mais notória no mundo empresarial entre o lucro que se procura atingir em qualquer companhia e a responsabilidade social da mesma : “Não faz sentido estar a lutar por dar valor às marcas, se não temos valores humanos.”
 
Relativamente a oportunidades para os jovens, neste momento ainda não há um plano definido para tal mas, mediante necessidades pontuais da entidade, abrem vagas e, portanto, as oportunidades vão surgindo. No entanto, o mindset da mesma é estar cada vez mais aberta à população juvenil, daí terem ido ao Pitch Bootcamp, organizado pela Spark Agency, que decorreu em Julho no ISCTE (onde tive a oportunidade de conhecer o Mário) e daí receberem, com cada vez maior frequência jovens na sua instituição, que têm vontade de conhecer melhor a TLC por dentro e que procuram discutir possíveis colaborações.

Quando inquirido a responder o que procura para a firma onde labora, o Mário destacou o talento (uma característica que, na sua opinião, difere de aptidão ou conhecimento, devido ao seu caráter inato, isto é, ou se tem para esta área ou não se tem), a perseverança e a capacidade para criar empatia. Destacou que o processo de recrutamento não depende do tamanho do CV mas sim da capacidade dos candidatos demonstrarem vontade de “go for extra mile”. Segundo o Agency Director, por vezes tudo se pode desenrolar de forma mais rápida graças a uma certa intuição que tenha acerca de determinado indivíduo, após a entrevista individual. Finalizou dizendo “Procuramos talento, não CV´s”. De seguida, traçou-me o perfil típico de um colaborador desta organização: alguém capaz de, com as suas diferenças e características únicas, vestir a camisola da TLC, sempre disponível a colaborar e a aprender com os colegas. 

Internacionalmente, a TLC apresenta 14 escritórios naqueles que considera serem os locais vitais para a entidade crescer (Reino Unido, Itália, África do Sul, Nova Zelândia, Holanda, França, Portugal, Austrália, Brasil, Dinamarca, Espanha, Alemanha, China e Estados Unidos da América). Existem mercados que, face à especificidade do negócio, ainda não têm infraestruturas que permitam replicar o trabalho que realizam e o valor que procuram acrescentar.  Há mercados a serem atualmente equacionados mas a grande prioridade para 2017 é entrar na bolsa, em Londres. Aliás e, neste aspeto, a cultura da TLC é deveras interessante: a partir do momento em que um colaborador celebra 1 ano na organização, este tem a possibilidade de stock options, ou seja, de se tornar acionista da entidade. De destacar ainda que a TLC Marketing cultiva e fomenta a transição de talento interno entre os diversos escritórios, um aspeto que agradará certamente a quem procura uma carreira de cariz internacional.

Nesta corporação, a formação ocorre enquanto um “induction process”. Passo a explicar: qualquer colaborador que acabe de ser contratado é formado numa fase inicial, intensivamente, onde conversa individualmente com cada pessoa do escritório. Especificamente, para a área comercial, nesta organização existem diversos challenges iniciais, que incluem apresentações individuais. Nesta área, o fator fulcral, para o Mário, é demonstrar a capacidade de estar no sítio certo à hora certa.

Partindo agora para a análise do percurso singular que o Mário descreveu até hoje, já na faculdade o Agency Director da TLC começou a ganhar “o bichinho” pelas vendas, até porque ajudava num negócio familiar. Formou-se em Gestão, porque considerava que este curso lhe dava muitas hipóteses de seguir em diversas direções. No entanto, disse-me que, já na altura, achava mais interessante satisfazer as pessoas e cultivar as relações interpessoais.

O Mário considerou que o facto de ter conciliado a faculdade com experiência no mundo das empresas lhe permitiu descobrir quais os seus interesses e, mais tarde, procurou segui-los na sua carreira enquanto profissional. Para além disso e, na sua ótica, toda e qualquer atividade que façamos extra-faculdade dará sempre indicações importantes para um eventual empregador nos avaliar. Deixou um conselho a todos os meus leitores, dizendo que devem procurar, após a licenciatura, passar 2, 3, 4 anos a experimentar o mercado e depois, aí sim, ponderar o mestrado. “Agora e, sem ter noção do que se quer fazer muito bem no futuro, não concordo que o percurso licenciatura-mestrado seja a melhor opção”, disse-me o Mário. 

Mário de Sousa Ferreira começou por ingressar no mercado de trabalho enquanto Stock Market Technician, no Banco Nacional Ultramarino, onde permaneceu durante 1 ano. Seguiria carreira na Caixa Geral de Depósitos, enquanto Commercial Consultant, emprego onde permaneceu 7 meses. Logo depois foi contratado pela Proximity, onde esteve 6 anos. Passaria ainda pela Brandia Central, TouchMe Wunderman, PRIME Advertising, Add4You-Serviços Integrados de Marketing e, em Outubro de 2009, decidiu lançar a sua própria companhia na área do Marketing, a ATIPIC. Em 2011 voltou a desafiar-se a si próprio e entrou na TLC Marketing, ao mesmo tempo que permanecia Partner na ATIPIC. Atualmente, mantém-se como Partner na sua firma, sendo em simultâneo Agency Director na TLC Marketing. No entanto e, na medida em que também negoceia, vende e elabora propostas, acaba por acumular funções de Business Development, o 1º cargo desempenhado dentro da TLC.

Tendo um percurso tão vasto e tendo experimentado diversas funções em diferentes ecossistemas, inquiri o Mário acerca de algumas qualidades transversais que considera fulcrais para atingir sucesso profissionalmente. Ficou na retina a perseverança e o definir para si próprio de um objetivo a alcançar e, posteriormente, rumar nesse sentido, com humildade, procurando sempre corrigir desvios e adaptar estratégias. Mais do que tudo, diz o Mário, deve-se seguir os sonhos na carreira, porque “a paixão está na génese do sucesso”. “Hoje em dia estamos mais na era do lado direito do cérebro, das emoções, da criatividade e da construção de valor. Se fizermos o que gostarmos, nunca será trabalho”. Incrível os insights partilhados pelo Mário, demonstrativos que ser “sonhador” nestes meios e procurar a máxima realização não são uma leviandade, mas sim uma possível realidade!

Na TLC Marketing, o seu percurso tem sido marcado por uma magnífica ascensão, em grande parte devido aos resultados que tem apresentado. Em consequência do fantástico trabalho que tem realizado, Mário Ferreira já foi convidado a colaborar com a TLC noutras geografias. No entanto, preteriu estes convites, não só por razões pessoais mas também porque sente que no escritório em Lisboa tem mais a dar à agência. Sente-se bastante feliz na corporação devido aos seguintes dois fatores: o desafio diário constantemente diferente a que é submetido, que lhe permite crescer enquanto profissional e o facto de, a partir de uma determinada hora, o dia ser absolutamente imprevisível. Confessou-me mesmo que, apesar de já ter passado por diversas entidades, na TLC sente ter encontrado o sítio ideal para, mais tarde, terminar a sua carreira. 

Por fim, queria agradecer a fantástica possibilidade que tive em conhecer a TLC Marketing e em dialogar com o Mário Ferreira, um profissional com uma filosofia de trabalho (e de vida) extremamente entusiasmante e singular. O slogan da TLC é “Marketing Worldwide” e realmente, através da minha visita a esta empresa, tive a oportunidade de conhecer o mundo interessante do Marketing, de perceber a forma como a TLC o encara nos diversos continentes onde está inserida e de compreender a fundo as suas dinâmicas de atuação, nomeadamente no nosso país. Um grande grande obrigado Mário!

Se quiserem saber mais alguma informação acerca da TLC Marketing, visitem o seu site em: http://www.tlcmarketing.com/pt

Até uma próxima leitura meus caros!