Na minha quarta incursão
pelo mundo dos negócios, tive a oportunidade de conhecer a Alpac Capital e de
estar à conversa com o seu Partner, Luís Santos, homem de renome no mundo da
consultoria e dos investimentos privados.
A Alpac é uma holding que
possui várias empresas, estando subdividida na Alpac Ignition, Alpac Real
Estate e na Alpac Private Investments. O seu core business é a Alpac Ignition,
que está maioritariamente relacionada com a compra e venda de startups.
A sua equipa conta com
nomes de peso: Pedro Vargas David, com um passado sólido no retalho (Jerónimo
Martins), Luís Santos (sobre o qual me explanarei mais à frente) e Gonçalo Reis
(empreendedor de grande sucesso). Pedro Vargas David desempenha o cargo de CEO
and Managing Partner, Luís Santos, sócio de Pedro, de Chefe de Investimentos e
Gonçalo Reis assume as funções de Entrepreneur in Residence.
Relativamente ao modus
operandi da Alpac, podemos afirmar que está dividido em 4
grandes fases. A sua equipa começa por fazer um screening de todas as startups
portuguesas (hoje em dia existem cerca de 500), sendo esta a 1ª etapa. Destas
500, só 300 são reais, ou seja, existem verdadeiramente no mercado, sendo
posteriormente analisadas com maior pormenor, restando atualmente cerca de 100.
Dessas 100, procuram-se
aquelas que estão ligadas a áreas como a industry 4.0 e o retail 4.0 (conceitos
que enfatizarei posteriormente nesta redação), que, presentemente, são cerca de 30.
A partir destas 3 dezenas de startups, entra o trabalho de um grupo de 5 alunos da faculdade Nova SBE,
que irão entrevistar estas empresas e, em caso de sinal afirmativo, a Alpac irá
reunir-se com as mesmas. Confirmando-se o seu potencial elevado, a Alpac compra
a startup (2ª fase).
Na 3a etapa, a Alpac
procura acrescentar valor à empresa que adquiriu. Para tal, procede desde logo
a um considerável aperfeiçoamento da firma, seja aumentando a qualidade do RH,
procurando melhores fornecedores, obtendo mais clientes, tratando da logística,
das compras de materiais, etc.
Os “Alpacers” fazem mesmo
parte do dia-a-dia das startups, estão mesmo nas empresas (são sócios), até
porque só assim se previnem erros que possam ser cometidos devido ao escasso
conhecimento de mercado e só desta forma é que, efetivamente, se evolui a
startup. Nestas, nenhuma decisão é tomada sem que a Alpac tenha conhecimento de
tal. Parafraseando Luís Santos, procura-se “construir em conjunto”.
A 4ª e última etapa será o
Fund Raising (trazer investidores para a empresa crescer ainda mais) ou, no
limite, a venda da própria.
Elucidando-vos agora sobre
os termos que previamente supracitei, industry 4.0 ou a 4ª revolução industrial
é um conceito que nasceu há 3 anos atrás, na Alemanha, sendo atualmente o
grande “chavão” das indústrias. Procura a digitização dos processos de forma a
acelerá-los e a aprimorá-los, seja através de melhoramentos ao nível do
hardware e/ou software. Dando dois exemplos deveras elucidativos, imaginem o
que é ter uma máquina que, quando o peso da caixa onde a fábrica armazena os
parafusos desce consideravelmente, avisa o chefe de secção que é necessário
comprar parafusos ou até é a própria máquina que os encomenda! Ou ainda um
software que deteta um erro que ocorreu numa linha de produção de automóveis e
de imediato localiza-os, minimizando o lapso, os custos para a empresa e as
desvantagens para o comprador. Acima de tudo, a industry 4.0 permite a recolha
de informação que fará a eficiência dos processos aumentar significativamente.
Quanto ao retail 4.0, foi criado numa ótica de perceber o que o consumidor
gosta e/ou induzi-lo a querer determinado produto/serviço. O consumidor não
quer ser obrigado a deslocar-se à loja ou a ir a uma qualquer outra plataforma,
quer comprar o que quer e onde quer e é aqui que o retail 4.0 é realmente
inovador e solucionador.
Passando agora a Luís
Santos, é indubitável afirmar que se trata de um Senhor dono de um currículo
invejável, como é comprovado pelos quase 10 anos em que trabalhou numa das
melhores (senão a melhor) consultora do mundo, a McKinsey & Company. Nesta,
teve a possibilidade de exercer o seu ofício por todo o mundo, algo que o
próprio relatou com natural regozijo.
No que à McKinsey concerne, e visto que os meus leitores estarão certamente ávidos de perceber como é que
se alcança um sucesso tão incrível e fenomenal neste meio tão competitivo, Luís
confidenciou-me que o seu grande segredo foi o facto de ser muito evoluído em
termos analíticos. Para além disso, Luís Santos sempre gostou de resolver
desafios que mais ninguém conseguia deslindar e, portanto, a experiência na
McKinsey ter-se-à revestido de grande prazer para o próprio, dado o elevado
grau de dificuldade dos projetos característicos desta área.
Para finalizar o artigo não
poderia deixar de destacar a fantástica resposta de Luís Santos quando lhe
inquiri acerca do maior desafio que já tinha ultrapassado ao longo de toda a
sua carreira profissional. Contou-me que, no passado, num determinado negócio
resultante de uma empresa nova que estava a ter cada vez mais êxitos, a Alpac
ia receber uma considerável quantia de dinheiro de investidores. No entanto,
deixaram de confiar no sócio que estava com eles. Então, Luís viu-se entre a
situação de avançar numa transação com um sócio sobre o qual tinha dúvidas acerca
do seu carácter ou desistir de uma operação que poderia render à empresa um
lucro elevado. Optou pela 2ª opção, pois sabia que, se esta operação avançasse,
a certa altura as coisas não correriam bem e, por conseguinte, saiu do negócio.
O mais extraordinário é que toda a equipa da Alpac apoiou por completo a
decisão e, segundo Luís, foi nessa altura que souberam que estariam sempre
todos juntos, para o que desse e viesse.
Afinal, é isto que qualquer
empresa procura. Mais que meros trabalhadores, mais que meros colaboradores,
uma equipa, uma família! Sem dúvida que este será o verdadeiro “investimento”
necessário para se alcançar os dividendos que só o sucesso traz!
Se estiverem interessados
em obter mais informações sobre a Alpac Capital, visitem o seu
site: http://www.alpaccapital.com/
Até uma próxima leitura
meus caros!
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