quarta-feira, 29 de junho de 2016

Filipe Castro Matos – Um business developer na sua essência!

Olá Caros Leitores!

Hoje trago uma redação um pouco diferente do que vos tenho habituado, mas penso que, por diversas razões, será uma leitura útil para todos vós. Primeiro, o Filipe Castro Matos é indubitavelmente uma das referências jovens no mundo do empreendedorismo aliado à criatividade. Depois, conhecer em detalhe uma carreira duma pessoa como ele que, tão jovem, já alcançou tanto, certamente funcionará como um fator motivador e inspirador para os leitores. Por último, este texto irá ao encontro do propósito do blog: tornar todos os leitores mais próximos do mercado de trabalho e auxiliar-vos a vingar no mesmo!

Recentemente tive, portanto, a oportunidade incrível de estar à conversa com Filipe Castro Matos, um rapaz que, sem dúvida nenhuma, tem mudado o mundo! Fazendo uma breve síntese sobre quem é o Filipe, penso que ele poderá ser descrito como um jovem intrépido, que procura sempre ir mais além em tudo o que faz e que tem conseguido, inquestionavelmente, deixar a sua marca pela positiva por onde tem passado. Procura, acima de tudo, exponenciar ao máximo toda a criatividade que tem dentro de si de forma a realizar-se por completo.

O Filipe licenciou-se em Economia na FEP e começou por experimentar o mundo das multinacionais, sendo recrutado para a NORS, onde permaneceu durante 8 meses. Apesar de saber da importância deste emprego, até pela “bagagem” que ganhou, o Filipe confessou que sempre sentiu que este tipo de empresa nunca seria o seu “fit” no mercado. Entretanto, surgiu a oportunidade de organizar a MF24 Invicta (Meu Futuro 24 Horas), um dos primeiros indícios da sua veia empreendedora. Passou posteriormente pela Playnify e laborou ainda com a Startup Pirates (na qual, para além de exercer outras funções, foi responsável por criar o Startup Exchange Program).

Mais tarde, surgiu a oportunidade de organizar a Go Youth Conference (GYC), um dos grandes “leaps” da carreira do Filipe. Uma experiência que o mesmo descreve no seu blog como “A Hell of a Ride” (https://medium.com/@filipecmatos/go-youth-conference-a-hell-of-a-ride-ends-8c970e3743fa#.s44plxrc7) e que sem dúvida alguma foi uma alavanca para o que se seguiria. Acerca da organização da GYC, o Filipe realçou as skills de gestão de eventos que desenvolveu, a reputação que ganhou no mundo das startups e as oportunidades de emprego que de seguida surgiram (GetSocial, por exemplo). Claro que no mundo do empreendedorismo nem tudo é um mar de rosas, mas a capacidade do Filipe e da equipa da qual fazia parte de serem persistentes e dedicados ao projeto, aliado às incríveis competências de cada um, fez a diferença.

Seguiram-se experiências na Vertty, na The Startup Scholarship, GetSocial, STARTUP LISBOA, WIME (Founder & COO) e, desde Junho do presente ano, o Filipe encontra-se na Prodsmart, como Marketing Manager. Em todas estas experiências são notórios diversos pontos em comum: desde o gosto pelo marketing, ao empreendedorismo constante (evidenciado na WIME) e ainda uma capacidade de “metamorfose” e de adaptação a novos contextos e ambientes notável!

No meio de toda esta fenomenal carreira (não nos esqueçamos que o Filipe tem somente 27 anos e já conta com um repertório de empresas invejável), o dia 2 de Abril de 2014 não pode ser esquecido. Neste dia, o Filipe decidiu desafiar-se a acordar durante 21 dias úteis seguidos às 04h30 da manhã!

O objetivo do Filipe passava por alcançar um “boost” a nível produtivo e, simultaneamente, aproveitar ao máximo os dias. Como o seu horário era bastante flexível e como nunca se importou em acordar cedo, pensou “Porque não?”. Decidiu postar o desafio nas redes sociais de forma a “obrigar-se” a ir até ao fim e a não voltar atrás. Mais tarde o próprio escreveu um artigo que se tornaria viral, sendo inclusive mais do que uma vez republicado no Business Insider, artigo esse que aborda as 12 lições que aprendeu ao longo desta epopeia fantástica (https://medium.com/life-hacks-for-business/12-lessons-of-waking-up-at-4-30-a-m-for-21-days-90d1053c3634#.p3udtpsuw).

#21earlydays catapultou o Filipe para a ribalta, sendo que este apareceu nos telejornais e jornais portugueses e, internacionalmente, teve a oportunidade absolutamente extraordinária de dar uma TED talk num TEDx na Bulgária. Atualmente, #21earlydays continua a ser uma das hashtags mais partilhadas de sempre no Twitter (sem recurso a qualquer tipo de publicidade) e o Filipe afirmou que recebe emails diariamente, provenientes dos cantos mais recônditos do mundo e das pessoas das mais variadas nacionalidades a dizerem que vão fazer o mesmo desafio ou que já o fizeram e que lhes mudou a vida. Imagino o orgulho que o Filipe sentirá nesses momentos! Uma experiência que mudou a vida, tanto dele como de milhares de pessoas pelo mundo fora!

Após esta biografia do Filipe, é hora de abordar os conselhos e ensinamentos que me foram transmitidos.

A nossa conversa focou-se bastante na perceção do que é necessário para se criar uma empresa. E acreditem que, a julgar pelo relato do Filipe, o mundo dos empreendedores é estimulante e apaixonante, mas não é aquela fictícia busca fácil pelo sucesso que nos é descrita todos os dias, em jornais, televisão ou na internet.

O Filipe começou por abordar os aspetos fulcrais para a criação de uma empresa. Primeiro que tudo, uma empresa irá estar sempre dividida em duas grandes partes: a burocrática e a processual. A 1ª parte é pouco falada (refere-se às contabilidades) mas é igualmente importante para que haja um crescimento sustentável.

Abordando agora com maior incidência a parte processual, a equipa por detrás da firma deve ser multidisciplinar e todos, sem exceção, devem estar comprometidos a 100 % com o projeto (não apenas numa ótica de acreditarem no mesmo, mas também na vertente de se dedicarem inteira e unicamente à ideia que se está a procurar desenvolver). Para além disso, um aspecto a considerar segundo o jovem marketeer deve ser o de fundar a empresa com pessoas com as quais já tenha havido alguma colaboração a nível profissional ou pessoal. Vai sempre haver desaguisados e momentos menos bons e é fulcral saber como reagir e o que esperar da equipa que integramos.

Numa ótica financeira, o jovem nortenho aconselha todos os futuros empreendedores deste país que adiem ao máximo a criação da empresa. Os custos vão ser enormes e, principalmente, se ainda estiverem numa fase de desenvolvimento do produto e ainda não venderem, a sobrevivência neste mercado cada vez mais duro será uma miragem.

Para o Filipe a melhor altura para se cometer uma “loucura” destas é quando somos jovens, devido ao caráter arriscado subjacente a um tipo de decisão como esta. Nestas idades não há riscos (ou pelo menos eles são menores) mas, simultaneamente, o Filipe diz não acreditar que uma pessoa que saia da faculdade possa criar uma empresa de raiz. No entanto, destaca que uma boa formação académica é importante, uma vez que nos ajuda a estruturar o pensamento e, bem utilizada, a começar a construir uma boa rede de contactos.

O Filipe salientou ainda a diferença entre ter um bom produto e ter sucesso. Infelizmente, a distância entre estes dois pares de vocábulos é bastante acentuada.

Mas não há que desanimar, aliás, bem pelo contrário! Talvez umas das grandes lições que se pode retirar desta redacção (senão a maior) é que mesmo quando se comete erros (e vai sempre haver erros, por mais que as pessoas envolvidas nos projetos sejam competentes) nunca nos podemos esquecer do que dizia o filósofo grego Aristóteles: “É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer”.

Finalizando, queria apenas realçar o quão honrado me sinto por ter tido a chance de conhecer e de dialogar com o Filipe. Sempre afirmei que não sei até onde é que o meu blog poderia chegar (e continuo sem saber) mas só o facto de me ter permitido conversar com o Filipe faz-me pensar que, sem qualquer sombra de dúvidas, criá-lo foi uma decisão acertada! Sinto ainda que devo agradecer ao Filipe pela “ginástica” que certamente terá feito para me incluir no seu dia e por todos os ensinamentos e conselhos partilhados. É uma realidade sabida que o mundo das startups é muito estimulante mas acaba por “sugar” praticamente a totalidade do tempo das pessoas envolvidas e, portanto, mais uma vez deixo aqui o meu sincero agradecimento ao Filipe Castro Matos! Muito muito obrigado!

Até uma próxima leitura meus caros!

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