Hoje trago uma redação um pouco diferente do que vos tenho habituado,
mas penso que, por diversas razões, será uma leitura útil para todos vós. Primeiro,
o Filipe Castro Matos é indubitavelmente uma das referências jovens no mundo do
empreendedorismo aliado à criatividade. Depois, conhecer em detalhe uma
carreira duma pessoa como ele que, tão jovem, já alcançou tanto, certamente
funcionará como um fator motivador e inspirador para os leitores. Por último, este
texto irá ao encontro do propósito do blog: tornar todos os leitores mais
próximos do mercado de trabalho e auxiliar-vos a vingar no mesmo!
Recentemente tive, portanto, a oportunidade incrível de estar à
conversa com Filipe Castro Matos, um rapaz que, sem dúvida nenhuma, tem mudado
o mundo! Fazendo uma breve síntese sobre quem é o Filipe, penso que ele poderá
ser descrito como um jovem intrépido, que procura sempre ir mais além em tudo o
que faz e que tem conseguido, inquestionavelmente, deixar a sua marca pela
positiva por onde tem passado. Procura, acima de tudo, exponenciar ao máximo
toda a criatividade que tem dentro de si de forma a realizar-se por completo.
O Filipe licenciou-se em Economia na FEP e começou por experimentar o
mundo das multinacionais, sendo recrutado para a NORS, onde permaneceu durante 8
meses. Apesar de saber da importância deste emprego, até pela “bagagem” que ganhou,
o Filipe confessou que sempre sentiu que este tipo de empresa nunca seria o seu
“fit” no mercado. Entretanto, surgiu a oportunidade de organizar a MF24 Invicta
(Meu Futuro 24 Horas), um dos primeiros indícios da sua veia empreendedora. Passou
posteriormente pela Playnify e laborou ainda com a Startup Pirates (na qual,
para além de exercer outras funções, foi responsável por criar o Startup Exchange
Program).
Mais tarde, surgiu a
oportunidade de organizar a Go Youth Conference (GYC), um dos grandes “leaps”
da carreira do Filipe. Uma experiência que o mesmo descreve no seu blog como “A
Hell of a Ride” (https://medium.com/@filipecmatos/go-youth-conference-a-hell-of-a-ride-ends-8c970e3743fa#.s44plxrc7) e que sem dúvida
alguma foi uma alavanca para o que se seguiria. Acerca da organização da GYC, o
Filipe realçou as skills de gestão de eventos que desenvolveu, a reputação que
ganhou no mundo das startups e as oportunidades de emprego que de seguida
surgiram (GetSocial, por exemplo). Claro que no mundo do empreendedorismo nem
tudo é um mar de rosas, mas a capacidade do Filipe e da equipa da qual fazia
parte de serem persistentes e dedicados ao projeto, aliado às incríveis competências
de cada um, fez a diferença.
Seguiram-se
experiências na Vertty, na The Startup Scholarship, GetSocial, STARTUP LISBOA, WIME
(Founder & COO) e, desde Junho do presente ano, o Filipe encontra-se na
Prodsmart, como Marketing Manager. Em todas estas experiências são notórios
diversos pontos em comum: desde o gosto pelo marketing, ao empreendedorismo
constante (evidenciado na WIME) e ainda uma capacidade de “metamorfose” e de
adaptação a novos contextos e ambientes notável!
No meio de toda esta
fenomenal carreira (não nos esqueçamos que o Filipe tem somente 27 anos e já
conta com um repertório de empresas invejável), o dia 2 de Abril de 2014 não
pode ser esquecido. Neste dia, o Filipe decidiu desafiar-se a acordar durante
21 dias úteis seguidos às 04h30 da manhã!
O objetivo do Filipe
passava por alcançar um “boost” a nível produtivo e, simultaneamente,
aproveitar ao máximo os dias. Como o seu horário era bastante flexível e como
nunca se importou em acordar cedo, pensou
“Porque não?”. Decidiu postar o desafio nas redes sociais de forma a
“obrigar-se” a ir até ao fim e a não voltar atrás. Mais tarde o próprio
escreveu um artigo que se tornaria viral, sendo inclusive mais do que uma vez republicado
no Business Insider, artigo esse que aborda as 12 lições que aprendeu ao longo desta
epopeia fantástica (https://medium.com/life-hacks-for-business/12-lessons-of-waking-up-at-4-30-a-m-for-21-days-90d1053c3634#.p3udtpsuw).
#21earlydays
catapultou o Filipe para a ribalta, sendo que este apareceu nos telejornais e
jornais portugueses e, internacionalmente, teve a oportunidade absolutamente extraordinária
de dar uma TED talk num TEDx na Bulgária. Atualmente, #21earlydays continua a
ser uma das hashtags mais partilhadas de sempre no Twitter (sem recurso a
qualquer tipo de publicidade) e o Filipe afirmou que recebe emails diariamente,
provenientes dos cantos mais recônditos do mundo e das pessoas das mais
variadas nacionalidades a dizerem que vão fazer o mesmo desafio ou que já o
fizeram e que lhes mudou a vida. Imagino o orgulho que o Filipe sentirá nesses
momentos! Uma experiência que mudou a vida, tanto dele como de milhares de
pessoas pelo mundo fora!
Após esta biografia
do Filipe, é hora de abordar os conselhos e ensinamentos que me foram
transmitidos.
A nossa conversa
focou-se bastante na perceção do que é necessário para se criar uma empresa. E
acreditem que, a julgar pelo relato do Filipe, o mundo dos empreendedores é
estimulante e apaixonante, mas não é aquela fictícia busca fácil pelo sucesso
que nos é descrita todos os dias, em jornais, televisão ou na internet.
O Filipe começou por
abordar os aspetos fulcrais para a criação de uma empresa. Primeiro que tudo,
uma empresa irá estar sempre dividida em duas grandes partes: a burocrática e a
processual. A 1ª parte é pouco falada (refere-se às contabilidades) mas é
igualmente importante para que haja um crescimento sustentável.
Abordando agora com
maior incidência a parte processual, a equipa por detrás da firma deve ser multidisciplinar
e todos, sem exceção, devem estar comprometidos a 100 % com o projeto (não apenas
numa ótica de acreditarem no mesmo, mas também na vertente de se dedicarem
inteira e unicamente à ideia que se está a procurar desenvolver). Para além
disso, um aspecto a considerar segundo o jovem marketeer deve ser o de fundar a
empresa com pessoas com as quais já tenha havido alguma colaboração a nível
profissional ou pessoal. Vai sempre haver desaguisados e momentos menos bons e
é fulcral saber como reagir e o que esperar da equipa que integramos.
Numa ótica financeira,
o jovem nortenho aconselha todos os futuros empreendedores deste país que adiem
ao máximo a criação da empresa. Os custos vão ser enormes e, principalmente, se
ainda estiverem numa fase de desenvolvimento do produto e ainda não venderem, a
sobrevivência neste mercado cada vez mais duro será uma miragem.
Para o Filipe a
melhor altura para se cometer uma “loucura” destas é quando somos jovens,
devido ao caráter arriscado subjacente a um tipo de decisão como esta. Nestas
idades não há riscos (ou pelo menos eles são menores) mas, simultaneamente, o
Filipe diz não acreditar que uma pessoa que saia da faculdade possa criar uma
empresa de raiz. No entanto, destaca que uma boa formação académica é
importante, uma vez que nos ajuda a estruturar o pensamento e, bem utilizada, a
começar a construir uma boa rede de contactos.
O Filipe salientou
ainda a diferença entre ter um bom produto e ter sucesso. Infelizmente, a
distância entre estes dois pares de vocábulos é bastante acentuada.
Mas não há que desanimar, aliás, bem pelo contrário! Talvez umas das
grandes lições que se pode retirar desta redacção (senão a maior) é que mesmo
quando se comete erros (e vai sempre haver erros, por mais que as pessoas
envolvidas nos projetos sejam competentes) nunca nos podemos esquecer do que
dizia o filósofo grego Aristóteles: “É fazendo que se aprende a fazer
aquilo que se deve aprender a fazer”.
Finalizando, queria apenas realçar o quão honrado me sinto por ter tido
a chance de conhecer e de dialogar com o Filipe. Sempre afirmei que não sei até
onde é que o meu blog poderia chegar (e continuo sem saber) mas só o facto de
me ter permitido conversar com o Filipe faz-me pensar que, sem qualquer sombra
de dúvidas, criá-lo foi uma decisão acertada! Sinto ainda que devo agradecer ao
Filipe pela “ginástica” que certamente terá feito para me incluir no seu dia e
por todos os ensinamentos e conselhos partilhados. É uma realidade sabida que o
mundo das startups é muito estimulante mas acaba por “sugar” praticamente a
totalidade do tempo das pessoas envolvidas e, portanto, mais uma vez deixo aqui
o meu sincero agradecimento ao Filipe Castro Matos! Muito muito obrigado!
Até uma próxima leitura meus caros!
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