Recentemente, tive a oportunidade extraordinária de visitar a Glintt
(Global Intelligent Technologies), uma empresa que realmente me marcou em
diversos aspetos.
Primeiro que tudo, a Glintt localiza-se no Beloura Office Park, um parque
repleto de empresas e no qual realmente se “respira negócios”. Para além disso,
as próprias instalações da empresa em questão são majestosas. Exteriormente,
sentimos que nos estamos a dirigir a uma organização de qualidade e, interiormente,
tudo é confirmado, como terão oportunidade de constatar nesta composição.
Tive uma sorte incrível nesta visita: três profissionais da empresa
estiveram a conversar diretamente comigo e, sem qualquer dúvida, isso
traduziu-se numa manhã particularmente excecional.
Começando pela Ana Rita Madeira, que foi a primeira pessoa com a qual
contactei e que atualmente desempenha a função de Recruiter, ela principiou a
visita explicando-me que a firma Glintt nasceu de uma fusão entre a Consiste
(companhia da área da Saúde) e a ParaRede (entidade ligada com engenharia), no
ano de 2008.
A Ana mostrou-me as instalações de fio a pavio, sempre com boa disposição e
com um notável conhecimento acerca da história e do funcionamento da empresa.
Tive a chance de ver o auditório onde normalmente ocorrem as reuniões com os acionistas
(a Glintt é uma empresa cotada na Euronext Lisbon), o refeitório da Glintt (dos
poucos que, estando dentro do Beloura Park, está aberto a todas as entidades aí
residentes) e de ver todos os departamentos (produção, apoio ao cliente, apoio
ao call center das farmácias, R&D, Marketing, Consultoria, Tecnologias,
parte administrativa, entre outros ) e a forma como lá se labora. Desde logo
dois aspetos na empresa captaram-me a atenção: um “Hall of Fame”, na entrada da
mesma, em que eram refletidos diversas ideias de colaboradores que tinham sido,
posteriormente, postas em prática e um quadro onde estava descrita, com recurso
a desenho e pintura, a história da empresa, desde a fusão supracitada até ao
que se pretende futuramente alcançar.
Debruçando-me sobre o primeiro aspeto, a Ana explicou-me que, na Glintt,
todos os colaboradores têm liberdade e são motivados para fazer sugestões que
possam melhorar a própria empresa e/ou o dia-a-dia dos seus trabalhadores. Isto
reflete-se numa valorização incrível de todas as equipas que, mesmo sendo
constituídas por jovens, são totalmente ouvidas e, por isso, incitadas a lançar
as suas ideias.
Relativamente ao segundo tópico, após a fusão realizada há 8 anos atrás, a
Glintt tem vindo a caminhar rumo a uma uniformização de todos os procedimentos,
(sejam healthcare, banca, etc) de forma a se proporcionar uma movimentação de
recursos mais facilitada. Atualmente, a Glintt está a ser reestruturada e, como
a Ana disse, “ a mudança não se faz de um dia para o outro”. No entanto, com
metas bem definidas e com a vontade e o esforço necessários, nada é impossível.
À medida que ia percorrendo a empresa, fui reparando em diversos aspetos
fantásticos: todo o pessoal, desde as pessoas que ocupam os cargos mais
elevados até aos funcionários que ainda estão no início da sua carreira,
labutam numa ótica de open space. Para além disso, existe uma área de
Desenvolvimento de Negócio para cada mercado (algo relativamente recente na
empresa), o que demonstra a preocupação em inovar constantemente e em romper
com os produtos vigentes no mercado.
Desenvolvendo o que foi supracitado, para que ocorra a criação de um novo
produto, há sempre uma série de passos a percorrer. Inicialmente, há todo um
estudo de mercado que precede qualquer procedimento desta área. Seguidamente,
procura-se identificar quais as necessidades que o mercado apresenta, como se
poderá suprir essas mesmas necessidades e se haverá retorno ou não.
Detalhando agora algumas informações relativas aos departamentos referidos
anteriormente, no de Marketing, por exemplo, procura-se, sobretudo, estruturar
a imagem da entidade aquando da divulgação dos seus produtos. No domínio da
consultoria, neste caso, a consultoria de gestão de farmácias, utiliza-se a metodologia
de Kaizen (para quem não está familiarizado com este termo é uma metodologia
que, muito resumidamente, permite baixar os custos e melhorar a produtividade).
Em Healthcare, a vertente consultora procura dar auxílio à implementação de
projetos, sendo que a grande maioria dos seus colaboradores são provenientes da
área da saúde, de forma a conseguirem dialogar na mesma “linguagem” usada pelos
médicos. Nesta área os mercados externos são abundantes, destacando-se a Irlanda,
Reino Unido, Brasil, França, Angola, Benelux, entre outros. Na área mais
tecnológica da entidade o objetivo é o desenvolvimento de soluções consoante a
necessidade dos clientes, sendo que para tal recorre-se aos sistemas Oracle,
Java e Outsystem. Já a parte administrativa, responsável por dar apoio ao CFO e
ao CEO, localiza-se perto dos diretores das ofertas e dos diretores de
mercados, estando toda a parte corporativa reunida nesta divisão. Para vos
terminar a “visita guiada”, falta ainda dizer que no edifício existem também a
HMR (Health Market Research) e a FarmInveste Serviços, empresas do mesmo Universo Empresarial da
Glintt.
Passando agora ao diálogo fascinante que tive com a Patrícia Valente, Human
Resources Director na Glintt, a Patrícia começou por me elucidar quanto ao seu
percurso profissional. Segundo a própria, este foi um caminho pensado e com
muitas decisões pelo meio, repleto de disponibilidade para ouvir e para ser uma
autêntica “esponja” de informação, sem nunca descurar a vontade de aprender e a
capacidade de mudar e de se adaptar. As empresas valorizam pessoas que saibam
esperar pelas oportunidades, que estejam a par do que está “na moda” e que
conheçam os métodos praticados nas melhores organizações. A Patrícia tem
conseguido entregar isso por onde tem passado e daí o seu percurso ter sido
sempre em crescendo.
A HR Director desta belíssima firma confessou-me que, apesar do seu dia
ideal ser, na teoria, 80% planeado e 20% imprevistos, na prática, é exatamente
o contrário que ocorre. Num dia dito normal, trabalha sempre mais do que as 8
horas “estipuladas” pela sociedade e, ao longo do dia, não se assusta se perde tempo
a ler uma notícia porque sabe que, no futuro, ganhará muito mais tempo por se
ter previamente informado. Procura que o seu departamento coexista na empresa
numa ótica de porta aberta, sempre com a máxima transparência possível. No seu
ponto de vista, os RH devem conhecer todas as áreas e as diferentes realidades
de cada uma. Porém e, segundo a mesma, gerir as pessoas não é “ownership” do
departamento de RH, é uma responsabilidade de todos na companhia.
Relativamente a outras empresas onde já havia laborado, destaca o uso muito
menor do telefone: na Glintt, quando precisa de falar com algum indivíduo,
simplesmente dirige-se a essa pessoa e fala com ela diretamente. Nomeia como
principais desafios da Glintt a necessidade da companhia se manter atualizada
do ponto de vista tecnológico e de conhecer a fundo as operações comerciais dos
clientes de forma a permanecer um incontornável parceiro de negócio. Considera
que o mercado tem potencial para crescer, uma vez que a Glintt associa dois
setores de crescimento e investimento no futuro: saúde e tecnologia.
Quando lhe inquiri acerca do perfil ideal para laborar na Glintt, a
Patrícia descreveu-me uma pessoa com elevado conhecimento técnico (de forma a
que a empresa mantenha a qualidade dos serviços), com espírito de iniciativa e
com um “radar” abrangente, que seja capaz de perceber o que o cliente precisa
mas, muito mais importante do que isso, que saiba explorar o que o cliente não
verbaliza. Além disso, a proatividade e a capacidade de ser destemido na dose
certa também são pontos que referiu como fulcrais.
No que respeita à estratégia da organização em termos de expansão
internacional, o objetivo da Glintt é, com tomadas de decisões muito
estruturadas e estratégias muito bem pensadas, crescer lá fora. “Sky is the
limit” mas sempre com muita estratégia. Esta ambição é sustentada por terem vindo
a responder continuamente às necessidades dos clientes e a alcançar ótimos
resultados nos países onde atuam.
A Patrícia afirmou ainda que, neste meio, muito mais difícil que gerir o
insucesso é gerir o sucesso. Quando não somos bem sucedidos, cabe-nos a nós
analisar o porquê e trabalhar mais, com vista a ultrapassar as adversidades. Já
quando estamos no topo, o único caminho que existe é descer e por isso manter
uma empresa na posição de nº1 é uma tarefa muito complicada nos dias que
correm, marcados pela intensidade competitiva cada vez maior.
Fazendo agora alusão às oportunidades para jovens que a Glintt oferece (na
qual se destaca a academia Glintt, a única incubadora profissional do mercado)
e mais concretamente ao perfil de jovem procurado, a Patrícia começou por dizer
que é sempre difícil avaliar as soft skills nos jovens que se candidatam, uma
vez que, na grande maioria, estes ainda não apresentam experiência
profissional. Nesse sentido, irá então procurar-se nos candidatos indícios de
iniciativa, muita vontade, sagacidade e acima de tudo desejo de trabalhar!
Nesta altura, abordei a já conhecida questão das médias: são elas o grande
passaporte para o mercado de trabalho? A Patrícia respondeu que, para ela,
naturalmente que uma boa média e uma boa faculdade deixam antever algo, mas não
é tudo. Afinal, uma média apenas lhe é útil para avaliar o esforço realizado ao
longo do curso. Prosseguiu dizendo : “Valorizo muito alguém que tenha noção do
que se passa à sua volta: que leia um jornal, que esteja a par do que está a
acontecer pelo mundo, que consiga manter uma conversa, que seja uma pessoa
informada”. Nestas realidades cada vez mais numéricas, é realmente uma lufada
de ar fresco ouvir esta frase proferida por esta profissional fenomenal.
A nossa conversa continuou, desta feita discutindo a atuação da Glintt no
mercado farmacêutico. Neste, a Glintt é claramente um projeto de chave na mão
(ou seja, dá resposta a todo e qualquer pedido das farmácias). Recentemente a
Glintt lançou o Profiler, uma solução versátil e dinâmica que permite uma
gestão multicanal e posiciona as farmácias na era digital, numa parceria entre
a Glintt e o seu maior acionista, a ANF - Associação Nacional de Farmácias.
Segundo a HR Director desta empresa, este é o tipo de investimento realizado na
Glintt, que traduz a preocupação em melhorar a vida dos utentes com o auxílio
da tecnologia.
Questionei ainda a Patrícia acerca da BPM Conference Portugal (uma série de
conferências sobre os novos cenários de competitividade que resultam da
transformação digital, que contam com grandes oradores) e do porquê da Glintt
ser um dos conference partners. Foi-me esclarecido que, com esta ação, a Glintt
procura alcançar novos potenciais clientes, bem como ganhar visibilidade e
mostrar o que faz, para além de ser uma oportunidade de se manter atualizada,
devido ao vasto conhecimento trazido pelos oradores.
Numa questão um pouco mais pessoal, relacionada com a faculdade que
frequento, o ISCTE-IUL, a Patrícia afirmou que de facto, para gestores e
psicólogos, o ISCTE é uma faculdade target para ela.
Por último, a Patrícia descreveu-me o ambiente atual vivido na Glintt e a
reestruturação que está a ocorrer. Começou por afirmar que passaram de uma
estrutura muito hierarquizada para uma estrutura matricial e disse ainda que a
Glintt procura ser um espaço acolhedor, onde há um bom tratamento dado aos seus
colaboradores, uma vez que este bom tratamento irá iniciar um ciclo “vicioso”.
Bom tratamento gera satisfação e motivação nas pessoas, que por sua vez irá
repercurtir-se na qualidade do seu trabalho, trabalho este que será reconhecido
pelos clientes o que irá originar a entrada de dinheiro, que é sempre vital
para qualquer empresa.
Na Glintt, como é percetível pelo meu texto, há uma enorme preocupação em
proporcionar todo o tipo de condições aos trabalhadores, com vista a reter os
grandes talentos, a delinear com eles um plano para que progridam na carreira e
para que as suas competências evoluam. A título de exemplo e uma vez que a
Glintt se situa em Sintra, esta entidade tem dois autocarros que têm como
função levar e trazer as pessoas de Lisboa no percurso casa-trabalho e trabalho-casa.
Uma das vontades demonstradas pela Glintt é não haver uma Glintt Lisboa e
outra Glintt Porto, mas sim existir apenas uma única Glintt. É esta a ideia que
a comissão executiva quer implementar e daí a mudança para uma estrutura do
tipo matricial e a realização de diversas ações de team building ao longo do
ano.
Por último, troquei impressões com o Sérgio Leote, HR Coordinator, que
chegou à Glintt no dia 1 de Junho, recrutado justamente pela Patrícia. Começou
por falar da mudança de paradigma que ocorreu devido à reestruturação (que,
para ele, fez todo o sentido) e considera que labora numa corporação com elevado
potencial e bastante pragmática. Na sua opinião a Glintt separa-se das demais
entidades do mercado por oferecer soluções com diversos pontos em comum nas
mais diversificadas áreas.
Apesar de ter chegado a esta organização há sensivelmente 2 meses, sente-se
muito bem acolhido e aprecia que os RH estejam realmente próximos do negócio,
que procurem apoiar todos os departamentos, numa troca recíproca de feedback
construtivo. Muitas vezes, quando se chega a uma nova organização, sentimo-nos
perdidos e baralhados ou, como se ouve dizer, “andamos aos papéis”. O Sérgio
admitiu que, naturalmente, sente que ainda demora muito tempo a efetuar tarefas
ditas banais que futuramente fará em poucos minutos mas, em todos os outros
aspetos sente-se já completamente integrado na realidade da empresa, o que é a
todos os níveis notável!
A sua missão na Glintt será ficar responsável pelo recrutamento e retenção
do talento, procurando dinamizar contacto entre perfis de recém licenciados e
pessoas da companhia. Caso não aconteça a retenção ou caso alguém deixe a
empresa, terá adicionalmente a missão de perceber qual foi o motivo para tal.
Já vinha habituado a laborar numa ótica de open space e fez uma breve análise a
este método de trabalho. Para o Sérgio, há prós e contras: como prós, o facto
de haver criação de sinergias e partilha de conhecimento; como contras o sigilo
e o barulho. Porém, na Glintt, afirmou ainda só se ter deparado com os prós,
pois, apesar das semelhanças, este tipo de open space praticado por esta firma
é mais confinado que as outras pelas quais tinha passado e, não obstante, o
respeito entre os colegas e o espaço pessoal dos mesmos é uma constante.
Com esta redação foi visível alguns pontos em comum nas três opiniões mas
talvez o mais evidente seja a valorização humana que reina nesta empresa. Uma
prova para muitos e que virá seguramente desmistificar a ideia que se têm de
que, por vezes, quanto maior a empresa, menor a proximidade que existe entre os
seus trabalhadores. Pelo contrário, nesta firma, todo o ambiente de
companheirismo e de entreajuda é visível, até num simples glint dos olhos de cada um dos seus colaboradores.
Se quiserem saber mais alguma informação acerca da Glintt, visitem o seu
site em: http://www.glintt.com/
Um enormíssimo obrigado à Ana, à Patrícia e ao Sérgio por me terem recebido
de uma forma tão simpática e tão cordial. Proporcionaram-me uma manhã a todos
os níveis fenomenal e poder contar com as opiniões de três profissionais tão
diferentes foi absolutamente extraordinário e certamente que enriqueceu este
meu texto. Muito muito obrigado!
Eu conheço esta cara! Vais bem lançado, Daniel. Que nunca percas a inocência.
ResponderEliminarObrigado pelas palavras encorajadoras! Nunca deixarei de ser eu mesmo!
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