Há alturas em que se exige uma reflexão: esta é exatamente uma delas. Há 1
ano atrás, no dia 1 de Fevereiro de 2016, começava esta epopeia mágica que tem
sido o meu blog “Discovering the Business World”. Praticamente quase toda a
gente que me acompanha não conhece o porquê do meu blog ter surgido e queria
começar por aí, antes de passar às lições.
A ideia de criar este conceito surgiu no Pitch Bootcamp (um acelerador de
carreiras da Spark Agency, empresa na qual tenho a honra de ser Estagiário e
Embaixador na minha faculdade, o ISCTE-IUL, que procura aproximar empresas ao
talento jovem) e que cada vez mais procura ser o melhor acelerador de carreiras
no mundo, no ISCTE, nos dias 27 e 28 de Novembro de 2015. Mais tarde,
ultrapassada a minha primeira fase de exames, começaria esta fantástica viagem
pelo mundo empresarial. Mas porquê?
Porque quando me encontrava no Pitch Bootcamp reparei no enorme desfasamento
entre estas 2 realidades (faculdade/mercado de trabalho). Lembro-me
perfeitamente de olhar à minha volta e ver colegas meus de 3º ano de
licenciatura completamente “perdidos”, sem rumo, para os quais os conceitos de
“Entrevista de emprego”, “CV”, “Email de Follow-Up” e até “Linkedin” pareciam
domínio da ficção científica. Na altura,
estaquei e pensei “Isto não pode continuar assim! É preciso haver alguma forma
dos jovens como eu perceberem cada vez melhor a realidade das empresas de forma
a que a transição faculdade-mercado de trabalho não pareça um autêntico
pesadelo”. E, talvez imbuído pelo espírito que o Bootcamp transmite, pensei “Porque não tentar eu solucionar
este problema?”. Claro que este blog nunca solucionará este problema na sua
totalidade (nem perto disso) mas, se sentir que impactei a vida de apenas 1
jovem, então sentirei que terá valido totalmente a pena iniciar este projeto.
Mas vamos a factos: 12 meses volvidos, 12 empresas que já conheci e que já
redigi o artigo respetivo, 2 artigos já “na forja” de 2 outras visitas que já
efetuei, 1 artigo a título mais pessoal (com a finalidade do blog), 1 artigo
com maior foco na carreira de um Business Developer e outras 2 visitas já
agendadas. Assim, conheci 14 empresas de forma muito aprofundada, fiz amizades
das quais me orgulho bastante, tive a sorte de ter sido sempre bem recebido e
de ter conhecido seres humanos incríveis e, mais importante do que isso, o
projeto continua com boas projeções de futuro! Fantástico!
Assim, e após vos ter transmitido esta introdução, passarei agora às 10 Lições que aprendi após 1 ano da
criação do meu blog.
Quero só antes ressalvar que
todas estas lições não representam de forma alguma “verdades absolutas”: são
simplesmente conhecimentos que eu retirei e dos quais formulei uma opinião,
mas, o aspeto chave a reter é mesmo esse, não passa da minha opinião. Seria até interessante perceber até que
ponto os leitores concordam com o que foi escrito e convido-vos a deixarem o
vosso feedback, seja na caixa de comentários ou diretamente para o meu email: dadql@iscte-iul.pt
Lição nº1- A
abertura das empresas aos jovens
Como recordo, com saudade, na parede frontal da minha Escola Secundária,
existe uma frase de Frei Rosa Viterbo que diz “A ignorância [é a] origem de todos os erros”. Esta frase não se poderia adequar melhor ao
mercado de trabalho, na minha opinião:
existem atualmente muitos mitos e estes irão continuar a perpetuar-se se
realmente não se perceber a veracidade (ou falta dela) por detrás destes. Um
dos maiores é o seguinte: no mercado de
trabalho, as empresas não estão abertas a receber jovens. Nada de mais
errado! E o meu blog é a prova disso: passado 1 ano, já conheci 14 empresas
(mais de uma por mês) e o número apenas não é maior porque concilio este
projeto com os 2 projetos supracitados relacionados com a Spark Agency e a
licenciatura em Gestão, na qual procuro manter uma média que me permita atingir
os objetivos a que me proponho no futuro. Se há coisa que reparei é que as
empresas estão mesmo dispostas a ouvir-nos, a receber-nos, por 2 razões:
- 1. Todos os empresários já foram jovens, tal como nós. E, se tiverem a sorte de conhecer boas pessoas como eu conheci até hoje, qualquer empresário terá todo o gosto em vos receber e em falar convosco, porque sabe que ele próprio adorava ter tido essa oportunidade. No fim do dia, não somos gestores, não somos Talent Managers ou Sales Executive. No fim do dia somos todos pessoas e, mais do que tudo o resto, os relacionamentos interpessoais serão os que irão sempre marcar-nos.
- 2. As empresas têm sempre o lucro como um dos maiores (ou o maior) objetivo. E ter lucro passa também por ter bom capital humano: para tal, as organizações têm que contactar com esse capital humano jovem, porque muito do seu sucesso no futuro passará por ele. Assim, porque não começar desde cedo a preparar o futuro e a contactar com os jovens? E reparem, o meu blog é apenas um ínfimo exemplo disto: hoje em dia há em todas as faculdades workshops, palestras, feiras de emprego, aceleradores de carreiras, existem open day nas empresas, entre muitas outras atividades.
Lição nº2- Criar e
desenvolver um conceito novo
Até hoje, não conheço nenhum conceito que se assemelhe ao que preconizo no
meu blog. Muito provavelmente existirão vários bastante parecidos no mundo e
até em Portugal, mas eu pessoalmente não conheço. E daí que este blog me dê
tanto orgulho, porque foi totalmente construído e desenvolvido unicamente por
mim desde o início. No entanto, quando não temos um ponto de referência, algo
que nos permita orientar, não é fácil começar. Daqui surge a minha segunda
lição: quando fizerem algo
verdadeiramente novo, que não conheçam algo minimamente parecido, confiem nos
vossos instintos e experimentem! No início pouca gente acreditaria neste
projeto. No entanto, nunca deixei verdadeiramente de acreditar e, mais do que
isso, de trabalhar nele. E apesar de não ser nenhum ás (longe disso) em
informática e de apenas me apoiar numa vontade genuína de aprender mais acerca
do mercado de trabalho e num gosto inato pela escrita, dei o 1º passo e
experimentei. Não sabia o resultado que iria atingir (como já repeti
anteriormente em textos do blog, não sei mesmo onde é que este projeto poderá
chegar, mas esse é sem dúvida um dos maiores desafios para mim!) mas
experimentei e lancei-me à descoberta. Daqui nasce a minha 3ª lição.
Lição nº3- Não se acomodem
num estado de não ação porque agir se revela “assustador”
Relembro-me perfeitamente da minha 1ª
visita à empresa Life Emotions. Tinha um guião de perguntas comigo e pensei
“Como é que isto irá correr?” Afinal, nunca tinha visitado uma empresa por
dentro, pelo menos com o intuito de conhecer o seu modus operandi, os seus profissionais, entre outros aspetos, e tudo
era incerto. Era um “simples” (e o uso do simples entre aspas será explicado
mais tarde) rapaz de 19 anos, do 1º ano de faculdade, que mal conhecia ainda
Lisboa e que se dirigia agora a uma empresa, onde iria conviver com uma
realidade completamente diferente da que estava habituado. No entanto, nada
disto me fez por 1 segundo querer voltar atrás. Assustador? Prefiro desafiante! Quando saímos da nossa zona de conforto
(ou pelo menos a expandimos), o risco pode parecer elevado e por vezes parece
tentador mantermo-nos na nossa rotina normal, mas a realização que retiramos do
que fazemos é incomparável! Assim que saí da Life Emotions, senti-me mais
realizado e mais capaz do que nunca! E felizmente essa sensação mantém-se
sempre que termino a visita a qualquer instituição. Ideias boas todos temos. Pôr em prática é o mais complicado mas, se
tiverem a vontade de o fazer, ninguém vos pára! O locus de causalidade está em
vocês - Vão fazê-lo ou vão desejar tê-lo feito?
Lição nº4- As oportunidades
não são fruto do acaso, temos que ser nós a criá-las (mesmo que sejamos “só”
estudantes universitários)
O uso do “simples” na lição anterior e do “só” nesta lição, entre aspas,
não é de todo despropositado. Eu acredito mesmo que um estudante de faculdade
não é jovem demais para se envolver neste tipo de projetos. Muitas vezes falo
com colegas meus acerca do contacto com o tecido empresarial e eles dizem-me
“Ah, mas eu sou um simples rapaz/rapariga, porque é que as empresas vão querer
falar comigo?” Isto é uma falácia que pode muito facilmente levar ao comodismo.
Todos nós temos talento e todos temos uma história para contar. Daí que não
haja uma “receita mágica” para o sucesso: cabe
a cada um de nós olhar para si próprio, para o que futuramente quer alcançar e
capitalizar as oportunidades que quer criar. E a palavra chave é criar: não é à espera sentados em casa
que nos vão surgir este tipo de oportunidades ou outras quaisquer. Muitas vezes
fui e continuo a ser abordado por colegas que me perguntam como é que consegui
ter a coragem de falar com determinado profissional. Não se trata de ter coragem ou não, trata-se de perceber que, se for
falar com a pessoa X ou Y, pode surgir algo daquela conversa ou não (ou seja,
há 2 caminhos possíveis); no entanto, se não for, aí será certo que só haverá
um caminho: nada acontecerá.
Lição nº5 – A pontualidade
diz muito sobre nós. E nunca se esqueçam: não há 2 oportunidades para criar uma
boa 1ª impressão
Fiz questão de chegar a todas as empresas até hoje sempre 5/10 minutos
antes da hora combinada e assim o continuarei a fazer. Ser pontual sempre fez parte
de mim e muitos colegas meus sabem que ando sempre com o relógio 5 a 10 minutos
adiantado de forma a estar sempre nos locais antes da hora combinada. E vocês
perguntam-se “Mas haveria mal se chegasses 5 minutos atrasado?” e a resposta é
simples: não é uma questão de haver ou não mal, trata-se de ter brio. Para além disso, ser pontual contribui logo para uma 1ª
impressão positiva. Algo interessante que reparei e que gostaria de
partilhar convosco é que no business world a pontualidade é mesmo extrema: se
combinava às 17H, a grande maioria dos profissionais que conheci vinham
receber-me não pelas 16h59 ou pelas 17H01, mas sempre à hora exata. Afinal, tempo é dinheiro.
Lição nº6 – A média e a importância das soft skills
Apesar de cada vez mais ser uma ideia que está a mudar, ainda existe muito
o mito que no mercado de trabalho só se olha à média. É complicado falar do
mercado de trabalho no seu todo, mas, da
minha experiência, e apesar de haver diferenças de setor de atividade para
setor de atividade, o feedback que obtive na sua grande maioria aponta para o
facto da média ser mais um elemento no CV, importante, mas não unicamente decisivo para a entrada no mercado. Isto é, uma
média boa também deve ser complementada com atividades extra curriculares que permitam
desenvolver soft skills (o oposto de hard skills, são skills que “se adquirem
no terreno”), nas quais as pessoas desenvolvam competências, que mais tarde
poderão aplicar no seu trabalho. No entanto, a média será sempre mais um elemento em análise. Diz algo sobre o
indivíduo em causa e merece ser analisada, mas
não é a única variável que vos permitirá alcançar o emprego que procuram.
Lição nº7 – Os pormenores
fazem a diferença
Tive a sorte de contactar, até hoje, com muitos profissionais que direta ou
indiretamente estão envolvidos no recrutamento das suas instituições. Uma das
ideias que mais me foi transmitida por estes é a de que, como em tudo na vida, os pormenores diferenciam as pessoas.
Desde um jovem abordar o seu primeiro emprego com uma postura humilde,
colaborativa e de “team-player”, a demonstrar garra, capacidade de criar
empatia e vontade de fazer acontecer, todos estes fatores irão contribuir para
uma melhor e mais rápida adaptação à empresa. Estar sempre pronto a ouvir os
colegas com mais experiência, mostrar vontade de aprender com estes e de
continuamente ser melhor do que antes são tudo pormenores que contribuirão
certamente para o sucesso de uma carreira. Na
base do nosso sucesso está sempre a procura constante pela melhoria.
Lição nº8 – A sorte dá muito
trabalho
Se há aspeto que me posso orgulhar do meu blog é o facto de me ter
permitido contactar com excelentes profissionais, pessoas mesmo incríveis, que
têm carreiras admiráveis e que valem mesmo a pena conhecer. Pessoas com as
quais, em meros 15 minutos de conversa, sentimos que evoluímos
exponencialmente, só pelos seus conselhos e histórias únicas.
Um dos aspetos onde sempre procurei mais incidir nas minhas redações foi na
carreira destes profissionais inigualáveis. Mas porquê? Porque acredito fortemente que uma das melhores formas de ter sucesso
no mercado de trabalho é aprendendo com quem já obteve muitos sucessos neste.
Esta troca de experiências com as pessoas que me receberam e os conselhos que
me foram transmitidos são de uma importância vital! Afinal, todos estes profissionais que hoje em dia singram na sua área
de atuação já foram outrora jovens como nós, que passaram pelas mesmas dificuldades
que nós passamos e que sentiram os mesmos receios que todos nós temos. Ninguém
nasce ensinado, todos nós temos que aprender, por isso, haverá melhor do que
aprender com profissionais com elevado know-how no negócio?
Lição nº9 – Conciliar
diversas tarefas não é fácil, mas é tudo uma questão de prioridades
Neste último ano, estive envolvido em diversas atividades que já
supracitei. Desde estagiar semanalmente na Spark Agency, passando por ser
Embaixador da mesma empresa no meu campus, passando ao desenvolvimento do meu
blog e à manutenção de uma boa média na faculdade, aprendi uma lição
importantíssima: o tempo é mesmo finito.
Por mais que queiramos e que seja possível estar envolvido em diversas
atividades com bons resultados em todas elas, não é fácil gerir o tempo que
devemos dispender em cada uma. Assim, percebi, com o avançar do tempo, que das coisas que mais me tem trazido sucesso
tem sido gerir o tempo consoante as prioridades. E, mais do que isso,
independentemente de estarem em 1,2,3,5,10 atividades, pela minha experiência, um dos pontos mais fulcrais para se ser
bem sucedido é focarmo-nos unicamente em
uma atividade de cada vez. Isto é, por exemplo, quando estiverem a estudar
estão mesmo a estudar, sem distrações. Quando estiverem com os vossos amigos a
relaxar e a conversar, estão concentrados nesse momento e desfrutam-no ao
máximo. Obviamente que nunca será tudo tão exequível como planeado e, algumas
vezes, tal como no meu caso, o que acontece é que acabo por dormir menos horas do
que planeava. No entanto, tenho a sorte de precisar de poucas horas de sono
para estar apto a aproveitar o dia a 100%. Lá
está, isto não passa da minha experiência e, portanto, só posso garantir que
comigo funciona na grande maioria das vezes. No entanto, pareceu-me
pertinente partilhar convosco este meu modus
operandi e, quem sabe, ajudar-vos a aproveitar ao máximo cada um dos 86400
segundos que compõem um dia.
Lição nº10- Os marcos
existem para serem celebrados mas, mais do que isso, para estabelecerem uma
nova base de partida
Ao fim de 1 ano, folgo em dizer que tenho bastante felicidade e orgulho quando olho para trás. Há 1 ano
comecei este projeto sem qualquer base de referência ou sem qualquer aspeto por
onde me pudesse guiar mas, ao fim destes 12 meses, fico muito feliz por chegar
até aqui desta forma. No entanto, quem verdadeiramente me conhece, sabe que eu
sou muito ambicioso. Procuro sempre
aliar essa ambição às ações que tomo no dia a dia e, no próximo ano de blog,
não será diferente. Espero mesmo
conseguir aumentar o número de empresas cada vez mais, transmitir-vos histórias
e retratos de carreiras absolutamente inspiradoras e, mais do que isso, criar
impacto nas vossas vidas. Se tal acontecer, não terei dúvidas: este projeto é
uma vitória.
Antes de terminar, tenho que destacar que este projeto só alcançou estes
números porque, felizmente, tive a oportunidade de conhecer pessoas incríveis e
empresas fenomenais. A todos eles, deixo um agradecimento em particular: à Inês
Cabanas e ao Joel Reis que me receberam na Life Emotions, à Ana Villar Rosado, à Inês Passas e
à Affinity, ao João Tavares da Silva que me recebeu na Olisipo, ao Luís Santos
que me recebeu na Alpac Capital, ao Tiago Sampaio e à Jerónimo Martins, ao
Filipe Castro Matos, à Ana Teopisto e à Lídia Cardoso do AKI Santarém, ao
Daniel Santos da L´Oréal, à Ana Rita Madeira, Patrícia Valente e Sérgio Leote
que me receberam na Glintt, ao Carlos Oliveira que me recebeu na Ericsson, ao
Nuno Brogueira, Isabel Condeça e à Ana Costa Branco da Smart Consulting, ao
Mário Ferreira que me recebeu na TLC Marketing e à Isabel Luna que me recebeu
na Odisseias. A todos vocês, um enorme obrigado da minha parte! Sem vocês nada disto seria possível!
Ano incrível? Sem dúvida!
Irrepetível? Nunca!
Até uma próxima leitura meus caros!
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